Por que as criptomoedas estão caindo? – Criptomoedas – Estadão E-Investidor – As principais notícias do mercado financeiro – E-Investidor

O mercado de criptomoedas chegou ao valor máximo em novembro do ano passado, quando alcançou capitalização de US$ 2,9 trilhões. No entanto, somente em dez dias de junho, bitcoin derreteu 55%, oscilando perto de US$ 20 mil. A maioria das outras moedas digitais enfrenta quedas entre 60% e 90%.

O valor global das criptos despencou para US$ 800 milhões, menos que um terço do pico histórico. “Estamos passando pelo bearmarket no mercado cripto. Os principais holders de grandes carteiras institucionais acabam vendendo seus tokens em busca de liquidez”, diz Braian Elesbão, especialista em Criptomoedas.

As criptomoedas estão em um processo de correção, pelo contexto macroeconômico bem atípico. (Fonte: Shutterstock/Reprodução)

bitcoin e outros ativos semelhantes têm uma dinâmica própria, com correções periódicas devido a motivos internos. Entretanto, as moedas digitais estão cada vez mais interconectadas com o mercado global de investimentos e sofrem influências diretas dos acontecimentos na economia mundial.
A desvalorização recente é generalizada, atingindo os investimentos de renda variável de modo geral. “Não é somente um problema do setor de criptomoedas. Tanto os mercados desenvolvidos como os emergentes vêm sendo afetados pela volatilidade”, afirma Elesbão.

Entenda os principais fatores que provocaram a queda recente das criptomoedas.
A economia global passa por um momento delicado, com aceleração inflacionária provocada pelo desequilíbrio entre oferta e demanda pós-pandemia e elevação dos preços das commodities. “Esses fatores fizeram que os governos elevassem as taxas de juros para frear o consumo e combater a inflação”, explica o especialista.
Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos, o banco central dos EUA, elevou a taxa de juros em 0,75% em 15 de junho, no maior aumento desde 1994. Com isso, investidores tendem a buscar aplicações mais conservadoras, como títulos de dívida pública, abandonando a volatilidade do mercado de ações e de criptoativos.
A invasão da Rússia na Ucrânia provocou uma instabilidade geopolítica mundial. “No início da guerra, a população na região do conflito procurou, de forma massiva, os criptoativos para proteger o patrimônio”, afirma Bernardo Srur, diretor da Associação Brasileira de Criptoeconomia (Abcripto).

A cotação das moedas digitais é atingida indiretamente pela guerra. Os mercados internacionais foram afetados pelo conflito, pois os dois países envolvidos são importantes fornecedores de commodities. Os embates podem durar ainda muitos meses, o que aumenta mais as incertezas do cenário macroeconômico.
Além dos fatores que afetam qualquer investimento, as moedas digitais são atingidas por uma crise de confiança. “As criptomoedas são muito fragmentadas e têm dificuldades regulatórias”, analisa Jonathan Barros Vita, consultor jurídico no escritório Gaudêncio Advogados. “A crise global e a crise de confiança se retroalimentam.”
O debate sobre o Marco Legal das Criptomoedas no Brasil e em outros países tende a amenizar essa insegurança, já que a formalização é o reconhecimento da importância do setor. A regulação deve atrair grandes players, como investidores institucionais, proporcionando uma estabilidade maior para os ativos digitais.
Com a baixa nas cotações, o mercado cripto deve se organizar. Existem milhares de moedas digitais, mas apenas as mais fortes e com projetos sólidos devem sobreviver à depuração causada pela desvalorização.
O momento de queda também favorece processos de inovação. “Há uma ascensão de tokens que são lastreados em ativos, alguns do mercado financeiro tradicional, que oferecem uma rentabilidade estimada”, observa Srur. Essas aplicações guardam semelhanças com o investimento de renda fixa e oferecem mais segurança aos investidores.
Quando os mercados tradicionais esboçarem uma recuperação, a tendência é que as criptomoedas cresçam. A longo prazo, o bitcoin deve subir, por conta da escassez proporcionada pelo limite de 21 milhões de unidades do token e da maior adoção do ativo por pessoas, empresas e governos.
O mercado já enfrentou outros “inverno cripto”, com a revalorização dos ativos após períodos de correção. No entanto, o investidor precisa manter a cautela. “O ideal é fracionar a entrada, pois ninguém sabe até onde o mercado pode cair nem quando exatamente ele vai reverter a tendência e começar a subir novamente”, recomenda Elesbão.

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