5 empreendedores que começaram negócio com até R$ 1 mil e hoje fazem sucesso – Pequenas Empresas & Grandes Negócios

O dia 5 de outubro celebra o Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, em referência à data de aprovação do Estatuto da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Lei nº 9.841) no ano de 1999. Seja qual for o setor de atuação, ideias de pequenos negócios, que muitas vezes saem do papel com baixo investimento, impactam não só na possibilidade de mudança pessoal, mas também na economia do país.
Gabriella Carvalho, empresária fundadora da rede de salões e lojas de cabelo humano para apliques Gaby Hair (Foto: Divulgação/Gaby Hair)
No mês de agosto, as micro e pequenas empresas (MPE) foram responsáveis por 30% do Produto Interno Bruto (PIB) e mais de 70% do total de empregos criados no Brasil, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Deste universo, a maior parte é formada por Microempreendedores Individuais (MEI), que faturam até R$ 81 mil por ano e que hoje já são 11,5 milhões no Brasil. As microempresas, cujo faturamento não ultrapassa R$ 360 mil, e as empresas de pequeno porte, com receitas entre R$ 360 mil e R$ 4,8 milhões, somam 6 milhões e 1 milhão de CNPJs, respectivamente.
Para celebrar o Dia do Empreendedor, PEGN listou cinco negócios que começaram com investimento de até R$ 1.000 e hoje tem bons resultados. Confira a seguir.
Rayssa Thebaldi, fundadora da Água Azul: caixa em que produtos chegam às clientes é personalizada com identidade digital da marca, que criou comunidade forte no Instagram (Foto: Divulgação/Água Azul)
A química Rayssa Thebaldi, de Vila Velha (ES), estava construindo uma carreira estável em uma multinacional. Mas a inquietação por criar peças de roupa começou a surgir e a mudar seu percurso. Em 2017, ela começou a desenhar vestuário fitness feminino, comprar tecidos, mandar para costureiras produzirem e vender. Seu investimento inicial foi de R$ 800. 
“Eu sempre malhei. Quando via na academia as pessoas malhando de abadá de show, me dava uma dor no coração. Vi ali um mercado a ser explorado, porque quando você coloca uma roupa bonita para malhar, dá até mais vontade de ir para a academia”, conta Thebaldi. Em 2021, a Água Azul, marca criada por ela, faturou R$ 3,9 milhões e segue crescendo com um plano de marketing digital com foco em microinfluenciadoras.
Igor Morais, fundador da Kings Sneakers. À esquerda, na antiga loja de discos, New Records e, à direita, no lançamento de seu livro (Foto: Acervo Pessoal/Divulgação Buzz Editora)
Filho de pais maranhenses que migraram para São Paulo em busca de uma mudança de vida, Igor Morais atribui à família o seu gosto pelo empreendedorismo. Bancas de jornais, lojas de vinil e CD foram alguns dos negócios empreendidos pelo pai de Morais, a partir de meados de 1970. Com os negócios indo mal, devido à obsolescência dos produtos, ele decidiu abrir sua própria empresa, apostando no nicho dos tênis.
Em 2006, com R$ 300 reais emprestados, Morais fundou a multimarcas de streetwear Kings Sneakers. Logo vieram parcerias com nomes de peso, como a Nike, e a empresa se tornou uma multimarcas com mais de 100 unidades. Segundo ele, sua história se resume a uma palavra: persistência. “Persistir, errar e, uma hora, acertar. Eu consegui construir uma empresa de dezenas de milhões com R$ 300 emprestados”, diz.
A empreendedora Gabriella Carvalho começou a Gaby Hair com a venda de apliques de cabelo pelo Facebook (Foto: Divulgação)
Em 2016, durante a gravidez, Gabriella Carvalho foi demitida do emprego de professora em uma creche. Para ter uma fonte de renda, começou a vender roupas e acessórios em grupos no Facebook. Até que, por meio de um amigo do seu marido, conheceu outro nicho: a venda de cabelos humanos para apliques.
Com um investimento de R$ 200, ela comprou 100 gramas de fios e fez um anúncio na rede social. Aos poucos, foi ganhando clientela. Com a ajuda do esposo, Carvalho entregava os produtos em estações de metrô e pontos de ônibus no Rio de Janeiro. Ela abriu um estande físico no ano seguinte e, aos poucos, para atender à demanda, passou a oferecer serviços como coloração e alisamento.
Hoje, a marca Gaby Hair tem sete pontos físicos, sendo duas lojas de cabelo e cinco que também funcionam como salões. A marca ainda faz vendas no atacado. “Também temos o atacarejo, que são as clientes que compram a partir de um quilo para revender”, conta a empreendedora. O faturamento anual da empresa é de R$ 5,4 milhões.
Carollina Souza, fundadora da Mania de Pulseiras (Foto: Divulgação)
Com R$ 100 na bolsa e uma ideia na cabeça, a artesã Carollina Souza, moradora do Engenho Novo, no Rio de Janeiro, realizou o sonho de ter o próprio negócio. Tudo começou em 2015, quando a então estudante de Marketing comprou duas pulseiras e, após olhá-las com atenção, considerou que o preço estava alto levando-se em consideração a qualidade do produto.
Decidiu criar sua própria marca, a Mania de Pulseira. “No início, comprei o material com os R$ 100 que tinha. Fiz uma pequena quantidade de pulseiras e parti para a venda no boca a boca. Nessa época, toda a minha produção cabia num nécessaire”, conta.
Depois de criar novas peças, participar de feiras de artesanato e formalizar sua empresa, a empreendedora teve a certeza de que poderia ir adiante e decidiu conciliar a presença da Mania de Pulseira nos ambientes virtual e físico, abrindo um quiosque no Shopping do Méier.
“Uni o trabalho de artesã com o conhecimento em Marketing e Moda e deu muito certo! Alcancei o meu objetivo de provar que não é preciso gastar muito dinheiro para seguir as tendências”, diz a empresária.
Katia Caetano, fundadora da Virtual Make. Para empresária, valor principal da empresa é impulsionar independência financeira feminina (Foto: Divulgação/Virtual Make)
Em 2015, a profissional de marketing Katia Caetano estava desempregada e teve a ideia de empreender. “Pedi a Deus um sinal sobre o que deveria fazer, e comecei a sonhar com maquiagens. Um dia, sonhei com uma voz que dizia ‘Virtual Make’. Quando acordei, vi que o nome não estava registrado no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) nem no Instagram”, conta ela. No mesmo dia, Katia formalizou o nome como sua marca e abriu contas nas redes sociais.
Para adquirir os primeiros produtos, ela pediu emprestado o cartão de crédito de sua irmã, Andreia Caetano, e fez uma compra de R$ 1 mil em maquiagens. “Pensei em montar um site, porque assim eu poderia cuidar das minhas filhas e gerar renda. Fiz cursos gratuitos de capacitação no Sebrae sobre o tema”, diz.
Depois de um começo difícil, a empresa, localizada na cidade de Guarulhos, em São Paulo, foca em gerar renda e independência financeira para outras mulheres, que podem ser revendedoras de caixas de maquiagem, que custam cerca de R$ 200. A empresa faturou R$ 4 milhões no ano passado e espera chegar aos R$ 6 milhões em 2022. 
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